1 Jul 2012

Se não sabes para onde vais, todos os caminhos são bons



Como cantava a Xana "não há nada de novo debaixo do Sol".
Pois não.
Para Nick Flynn não foi muito difícil escrever o livro que deu origem a este filme.
Bastou-lhe contar a atormentada vida.
Antes de se fazer um apontamento sobre o filme convêm dizer que a puritana América não iria aceitar o título do livro e então saiu esta coisinha ensossa.
Felizmente em Portugal a distribuidora manteve-o.
Chama-se "Mais uma noite de merda nesta cidade da treta".
Perfeito.


Começa por uma história nos tempos modernos banal. o pai que vai comprar cigarros e como não havia da marca desejada parte mundo fora à procura deles.
Não podia dar nenhuma saúde mental à mãe e ao filho, e não deu, histórias com final feliz havia no tempo da Bela Adormecida.
O pai acaba por se tornar um vagabundo com empregos temporários (De Niro volta a guiar um táxi) e com a ideia fixa de escrever o maior romance de sempre.
Esta última parte não é negativa, até eu sonho com isso.
E curiosamente o filho parece também ter jeito para o ofício e lá vai escrevendo umas coisas.
De degrau em degrau vai caindo até acabar numa "home shelter", um abrigo para vagabundos.
E então surge o golpe de teatro (incrível como a ficção imita a vida real) uma das primeiras pessoas que vê é exactamente o filho que tinha voltado a encontrar algum tempo atrás.
O que se segue desafia a imaginação.
Somos transportados ao mais baixo nível da existência humana numa cidade impiedosa (Boston) onde o frio cortante da noite trespassa.
Nada aliás que não exista nesta Lisboa apenas com a diferença que lá o crime entre os mais miseráveis entre os miseráveis é a palavra de ordem.

De Niro tem aqui uma interpretação absolutamente excepcional e é com nostalgia que comparamos estes dois desencantados condutores que navegam pela noite absolutamente perdidos.
Tecnicamente deverá ser apontado para o Oscar como secundário.
Eis um filme onde a primeira e a segunda figura assinam duas interpretações superlativas com um desencanto que parece vir da própria alma.
Não perca.

Está por aí e aqui

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