13 May 2010

Pode-se olhar e não ver e vice-versa

O senhor é director de um jornal e havendo um concerto rock quem é que manda para lá para fazer a reportagem?
Claro está o especialista de economia.
Sócrates dá uma aula na Universidade Moderna (estou a brincar como é evidente)a explicar como é que se calcula a estrutura de uma ponte com dois quilómetros de comprimento e um vão de cem metros.
Manda obviamente o especialista da culinária, restaurantes e afins.
É assim que se fazem excelentes jornais.

O Diário de Notícias, o órgão oficial da governação, mandou uma pessoa a Fátima para descrever a atmosfera que lá reina ou reinou.
Quem é que mandou?
Que maroto descobriu logo. Claro está a ex-namoradinha de Portugal a Doutora Fernanda Câncio a que se assina modestamente como fc.
E então ela viu e ouviu:

Andreia Corvo, 17 anos, óculos escuros enormes, jeans e várias camisolas, alonga- -se num colchão como na praia - como na sua terra, Olhão -, à espera do Papa. "Tenho curiosidade de o ver, a ver se me toca alguma coisa." O quê, Andreia não sabe explicar.

E uns metros á frente por casualidade:

Maria Alice Carvalho Alves Silva, 65 anos, residente em Celorico de Basto, avança lentamente, de joelhos, o rosto fechado para a assistência.
Maria Alice não se protegeu com joelheiras mas chega ao fim de boa disposição e sem queixas. "Vim porque o filho da minha filha foi operado a um tumor maligno no cérebro.

Passeando mais um bocadinho tropeça em:

Maria Amélia Pinto de Barros, portuense de 75 anos, casaco de caxemira, gola de vison, carteira Vuitton e cabelo impecável (é gerente comercial reformada, informa) vem aqui "desde bebé". Porquê? "Sei lá.

Fantástico não é?

Está aqui

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