7 Jan 2010

Mais baratos, e fazem o mesmo

Hoje foi um dia em que voltei a acreditar em Portugal, nos tugas e no futuro.
Segundo os jornais 87% dos professores alcançaram a classificação de “Bom” e os outros, suponho, de Suficiente +, o que nos antigos tempos dava para mais ou menos um quinze.
A estes apenas uma palavra de estímulo, com mais uma ou duas manifs e num instantinho passam a Bom.

Pois, senhores tugas, muito simplesmente que têm a certeza dada pela ministra que escreve contos para criancinhas, de que vão chegar ao topo da carreira.
É mais ou menos a mesma coisa, apanhando um exemplo que a Riquita que costuma vir aqui vai perceber, de um médico que faça duas operações boas e que saiba que a partir daí que vai chegar a director do Hospital.

Pensando bem, até está mal visto o exemplo, é mais como um médico que assine um contracto para começar a trabalhar num Hospital que saiba fazer pensos e que termine em Director ou Ministro, tanto faz.

Como dizia o outro Show me the money

1 comment:

Anonymous said...

Atenção, Fado: foi a própria ministra (a presente) que mandou avaliar com Bom todos os professores que não tinham pedido aulas assistidas.
O paralelo com os "generais" ou com os directores de hospitais, muito propagandeado pela anterior equipa ministerial, é uma fantasia sem pés nem cabeça, porque para isso já existe uma especialização para o cargo de Director. Nem todos os professores lá chegam.
Mas tal como os médicos, também o trabalho do professor é desempenhado por pessoas com equivalente formação académica na maior parte dos casos - daí não escandalizar a existência de uma carreira única com escalões, cujo topo poderá ser acessível a todos, com uma progressão mais rápida para aqueles que melhor desempenho demonstrem. Não é nos bons professores que está o problema. Se todos forem bons, nada a objectar que progridam. O problema maior é a existência de uma parcela de maus profissionais que, mantendo-se tudo como está, nunca poderão ser afastados. A esses, basta-lhes "lá estar" - e isso é que está mal, porque inquina todo o processo de estrutura de carreira perante a opinião pública. É péssimo para os alunos, para os outros professores, para a escola, para todos, enfim. São uma minoria, pelo que eu conheço. Mas uma minoria que faz um estrago enorme, mais visível junto dos pais e das famílias do que o trabalho dos bons professores, que costuma ser discreto - porque é isso que se exige dos professores, como de qualquer outro profissional: que seja competente.
Quanto aos números e às estatísticas da OCDE - há que questionar as reformas da educação, desde Roberto Carneiro até à actualidade. Elas têm estragado muito o ensino em Portugal.