7 Jul 2009

Desça o pano








Sonhei-te num sonho comigo
durante o meu sono todo
ou só nalguns minutos:
não marquei o tempo no relógio
mas fiquei a ver-te depois
muito para a frente do meu acordar.
Lenor

Uma mulher e três vidas.
A vida real, a dos bastidores e a do palco.

Convidada a desempenhar o papel de uma mulher amargurada e que envelhecendo acaba por perder o marido para outra mais nova deixa que a personagem tome conta da pessoa real e começa a ter um pânico doentio de envelhecer desenvolvendo uma psicose que faz com que sonhe veja e interaja com o seu fantasma de mocidade personificado por uma jovem que ela imagina ter morrido num acidente de viação à saído do teatro.

Solitária, como sempre tinha sido, avança pelo caminho da destruição bebendo e fazendo sessões de espiritismo ao mesmo tempo que lança em pânico toda a gente desde os actores ao produtor passando pelo pessoa de cena e pela fiel aia.

Bêbeda como um cacho apresenta-se na noite de estreia, e á custa de muito café e empurrão (soberba a visão dos bastidores) lá consegue representar e como a personagem nessa altura era a pessoal real, o sucesso é estrondoso.
É o momento da redenção e da aceitação de que todos temos que envelhecer.

Gena Rowlands, John Cassavetes e Ben Gazzara um trio bastas vezes junto desenham aqui personagens de uma dificuldade superior.
Uma palavra para a voluptuosa Zohra Lampert que como esposa do encenador está sempre em segundo lugar, na sombra e sempre sorridente, compreensiva e apta a perdoar.
Peter Falk aparece por dois ou três minutos calado, na verdade nem precisa de falar.

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