22 Jun 2009

Não resta nenhum


Sei como ele (ela) se sente.
Normalmente estas palavras são ditas a propósito de qualquer calamidade que atingiu um amigo, um conhecido, um familiar.
Nada de mais errado.

Só quem passa pelas agruras e privações está autorizado a dizer, sim sei como me senti, mas não sei como se sentem os outros que tiveram o mesmo problema.

Neste filme, aliás muito fraquinho, a um jovem fotógrafo de moda, homossexual para estar de acordo com os estereótipos é diagnosticado um tumor maligno com uma previsão de vida a rondar os três meses.
Acontece todos os dias e deve ser absolutamente de um horror indizível sair de um consultório chegar á rua e ver todo o mundo que se irá abandonar num breve lapso de tempo, condenados á morte, como se de um assassino se tratasse.

Sentar-se num banco de jardim, olhar e ver aquilo que se vai deixar, apalpar o próprio corpo e odiá-lo porque nos traiu.
Quem é que pode imaginar o que se sente numa altura destas?

O filme tem como curiosidade a presença de Jeanne Moreau que já não via há quarenta e sete anos desde o fabuloso “Ascenseur pour l'échafaud”.

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