27 Jun 2009

A fantasia e o real


Perguntas-me se sei;
não, nunca sei as surpresas que fazes
com tudo o que é lindo e me trazes
mas sei que quero
que me perguntes sempre,
sabes?
Lenor


Era uma vez uma família de classe alta, com duas filhas, onde a mãe preparava um doutoramento baseado no livro Alice's Adventures in Wonderland .
Por uma coincidência em que a vida é fértil na mesma altura na escola privada onde a filha mais nova estudava preparava-se uma peça baseada no mesmo livro.

Mas a mesma vida é cruel e a miúda que numa concorrida disputa é escolhida para o papel principal desenvolve a Tourette Syndrome e a tormenta instala-se a uma velocidade alucinante naquela que era até há momentos uma família feliz.

De repente o frágil equilíbrio que é uma família (todas elas), desmorona-se.

Uma mãe que se sente a principal culpada(e que a todo o momento se pergunta e lhe pergunta o porquê) vê a filha desenvolver comportamentos aberrantes (magoa-se deliberadamente, torna-se agressiva, está continuamente a saltar degraus das escadas e a contá-los numa matemática obsessiva) que rapidamente a tornam um ser estranho na elitista escola que frequenta.

Deve ser absolutamente horrível onde tudo estava bem de repente A Doença instalar-se e destruir toda a harmonia que existia.
É um filme que assusta, a todo o momento pensamos – e se nos acontece isto a nós?
Elle Fanning aqui com apenas dez anos têm uma interpretação que penso que o melhor elogio é dizer que parece mesmo o que não é.

Se viu “As Good as It Gets” ou “Dead Poets Society” vai encontrar pontos de convergência.
Se não os viu, encontre um momento livre para eles.
Vai valer-lhe a pena.

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