7 Nov 2008

Um momento (monumento) à paixão




Nada tenho para te dizer a não ser
que está bem. E hás-de entender-me
correctamente: se eu digo que está bem,
é porque acho que não está nada bem,
está muito mal, até. Mas como nada melhora
por eu querer que melhore, e sim,
quando se chega o momento,
digo adiantado: está bem.

Os ingleses quando fazem um filme que mostre aquilo porque passaram na segunda guerra mundial (mais especificamente os londrinos) são imbatíveis.
Também o foram naqueles momentos.
É sempre com um arrepio que vejo os momentos em que com a fleuma tradicional esperavam beberricando o chá, dançando ou namorando a próxima bomba alemã.
Este fantástico filme tem cenas em que nos túneis do metropolitano se canta enquanto lá em cima as bombas caem.
É sobre este pano de fundo que se desenrola esta história de encontros e muitos desencontros baseada livremente na vida do poeta Dylan Thomas.

Keira Knightley, uma das mulheres mais belas que o cinema já mostrou, compõe um papel admirável, dividida entre dois amores, um de infância com o poeta maldito e o outro, de mulher com o capitão que parte para a guerra e regressa moralmente destroçado.
E, com coragem, amor e abnegação vai esperando que o seu amado regresse, primeiro da guerra e depois a ele para chegar a ela.
E é nisto que o texto inicial envolve esta mulher.

Para a autora do texto (parabéns) uma nota final.
O marido dela é a personagem principal de
Breakfast on Pluto.


2 comments:

Anonymous said...

E enquanto esperamos pelo tempo certo, vamos fazendo filmes. Os nossos filmes. Imagina o que é esperar sem fazer nada! Não seria compatível com a vida, tal como a concebemos!
lenor

fado alexandrino. said...

É verdade.
Claro que uns mais novos podem fazer um épico como o Dr. Jivago, outros (como eu) já só podem aspirar a um pequeno documentário.

Nota Não perder este filme.