19 Jul 2008

Tadinhos


A namoradinha de Portugal ontem deu cabo do stock de aspas que havia lá no Diário de Notícias.
E qual o motivo perguntarão, todos curiosos.
Pois foi muito simples.
Era preciso escrever um texto sobra a Quinta da Fonte e para explicar o inexplicável havia que fingir que certas palavras não existem.

E assim lá tivemos “pretos”, “ciganos”,”bairros problemáticos” , “problemas de integração” e todo o linguarejar em que a esquerda é eximia quando qualquer caso ocorre e foge às regras em que deve ocorrer, ou seja a versão oficial que deve ser a verdadeira.
Neste caso, cada dia que passa é mais uma machadada nas ideias do bom selvagem que a Doutora Fernanda Câncio (é dela que falamos) tanto gostaria que fossem verdadeiras.
E ela explica:

Sendo isto óbvio, deve sê-lo também o facto de o conflito da Quinta da Fonte não constituir necessariamente um conflito de contornos racistas (aliás, será que alguém já percebeu que conflito é aquele, exactamente?)

Tanta ternura para tentar dizer que aquilo que todos vimos não existiu, comove.
Mas infelizmente sabe-se agora que noventa por cento da população, com carro à porta, plasma no interior e caçadeira na mão, vive do RSI.
Quer dizer não é bem viver, este serve apenas para dar uma ajudinha nos biscates que se fazem por fora.
Soube-se também que quase ninguém paga água, luz ou gás.
Porquê?
Porque os fiscais se recusam a entrar no bairro para cumprir as suas obrigações.
E, claro, as rendas já vão numa dívida de milhão e meio de euros porque quase ninguém está para pagar o valor absurdo de cinco euros.
Mas a doutora Câncio não consegue ver isto e outra ilustre jornalista a senhora Kathleen Gomes do Público consegue ainda ser mais poeta.
Ei-la:

"Devem ter ficado com medo, pensando que os pretos se iam vingar neles. Mas nós não somos assim. Nós vingamos quem nos tocou na pele."
O tom pode soar ameaçador, mas não é. Antónia é doce

Estas senhoras jornalistas só vão aprender quando sofrerem o efeito Mário Crespo.

3 comments:

Anonymous said...

Estes problemas "etnicos" acontecem em qualquer bairro do pais, onde haja uma grande percentagem de pretos, brasleiros e/ou ciganos.

No bairro da minha avo em Oeiras há uma grande quantidade de pretos e brasileiros e aquilo há pancada pelo menos uma vez por mês.
Até na minha escola já houve problemas nesse sentido, porque um brasileiro andava com uma preta e depois bateu-lhe e ela chamou os "patricios".

Portanto, isto acontece em vários bairros por esse país fora e nunca ninguém se preocupou. Este chamou mais a atenção devido à magnitude da coisa. Nada mais.

Anonymous said...

Antigamente aquela malta era considerada "portugueses de 2ª". Hoje, pela mão dos ditos socialistas, aquela seita passou a ser de 1ª e portugueses de 2ª passámos a ser nós, os que trabalhamos, pagamos impostos, empréstimo da casa ou renda respectiva, luz, água, não recebemos subsídios de rendimento mínimo, não somos traficantes de droga nem de armas, não temos cadastro criminal nem somos ouvidos pelas autoridades, não exigimos troca de casa, etc, etc. Esta merda, definitivamente, pela mão destes democratas de meia tigela e bolso cheio que tomaram conta disto há uns anos, bateu no fundo! Um dia destes passo-me para o lado deles...Também quero que andem comigo nas palminhas.

fado alexandrino. said...

Muito obrigado.

Devido a ter que pagar a conta da água, luz e gás, bem como preparar dinheiro para o IMI para o seguro do carro e não podendo inscrever-me no RSI tenho descurado um pouco o blog.
Os vossos comentários mostram bem que este problema está muito longe de estar resolvido.

Gostei particularmente da Dona Barroso, arquitecta Roseta e padre Melícias com as florinhas brancas a acenaram no passeio pela paz.

Aposto que não estão a pensar em convidar nenhum dos senhores habitantes para jantarem lá em casa.