6 Feb 2007

Pouca terra, muita massa



Hoje também não vamos escrever sobre o aborto.
Bem, não é verdade, vamos escrever sobre um aborto mas não é de nenhuma criança que uma futura ex-mãe tenha preferido não ter depois de fazer aquilo que normalmente leva aquela situação.
O aborto chama-se Linha do Norte.
Os números vêm no semanário Sol deste fim-de-semana.

A história, que não deve ser contada ás criancinhas, é assim.

Quando o senhor Professor Aníbal ainda só era o primeiro-ministro deste quintal, ou seja em 1991 iniciaram-se as obras de modernização da Linha do Norte com conclusão prevista, reparem bem p-r-e-v-i-s-ta, para 1993 com um valor de 76 milhões de euros e que deveria levar o comboio a ligar Lisboa ao Porto em 2 horas e quinze minutos.
E como havia muito dinheiro e estava tudo a correr bem, compraram logo os Alfas pendulares que iriam aproveitar a magnífica linha em estonteantes velocidades.

E o que é que aconteceu ò crentes?

Pois hoje em 2007 os senhores que mandam nisto tudo já gastaram 1863 milhões, uma singela derrapagem de 2000 %, o tempo de viagem é de 2 horas e cinquenta e cinco minutos, cerca de quarenta minutos melhor do que faziam nos anos sessenta, e as obras estão suspensas, para dar lugar às Novas Obras Para o TGV.

Duas notas finais:

As Novas Obras têm um valor previsto de 4700 milhões de euros e vão terminar (é apenas um prognóstico) em 2015 e isto é publicidade não é para levar a sério.

Sim, nenhum dos gestores que derraparam daquele maneira, foi acusado, nem foi preso e aposto que a maioria foi transferida para As Novas Obras.
As boas mãos devem ser mantidas.

O governo agradece que discutam apaixonadamente outros temas, que este ferve.

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