28 Feb 2007

Para uns e para outros


Este post é composto de duas partes, cada uma para seu destinatário.
Esta primeira parte, é apenas para os senhores anónimos que se esfalfam para me irritar e, como mal soletram o português, não conseguem esse desiderato (esta palavra é, depois ensinada, lá mais para a frente).
Portanto, como já não são nenhuns bebés, vão começar pela sexta lição da saudosa Cartilha Maternal ou Arte de Leitura por João de Deus.
Quando tiverem compreendido tudo, mandem um mail para eu fazer um teste inter-activo.
Uma boa noite para vocês, também.


Passemos então a gente mais avançada e coloquemos esta frase escrita algures por alguém:

A partir deste momento, por razões que nem me dou ao trabalho de explicar, os comentários dependem de aprovação. E só serão aprovados os que cumpram as regras mínimas da civilidade. Definitivo e sem mais explicações.

Ora o que se pergunta aqui é aparentemente simples.
Vamos fazer de conta que estão naquele programa da televisão do Estado onde pontifica aquele gorducho, o Malato (não, não sei se é) e ele pergunta:

Quem disse esta frase:

Salazar
Cunhal
O senhor Doutor Daniel Oliveira comentador avençado na SIC no Eixo do Mal

Aí vocês torcem-se todas na cadeira e vá de perguntar – mas porque é que uns levam apenas um nome e o outro leva logo uma identificação a que só falta o BI.
Ora a resposta é easy, porque uns são conhecidos e outros não.

E como já não têm ajudas nenhumas e aquele que vai ficar para tio não está ali para facilitar nada, vocês começam a pensar (coisa que os senhores anónimos não sabem fazer e por isso estão excluídos desta parte) que aquilo deve ter sido dito por um ditador.

E pumba, foi o Salazar, e pimba lá vem a cadeira por ali abaixo.
Então foi o Cunhal. Mas não este era um democrata e só queria era amplas liberdades democráticas e casas com paredes de vidro (um praferentex, é o que é), e zás perdeu!

Então foi….. não não digo. Só lhe posso dizer que é o maior especialista nacional na música para filmes de Ennio Morricone.

Veja aqui

27 Feb 2007

Azelha !!!



Diogo Pires Aurélio hoje no Diário de Notícias lamenta que os jornais cada vez vendam menos sendo que na sua opinião a culpa “é de imediato, e por rotina, atribuída à falta de qualidade, à falta de imaginação ou à falta de investimento no sector.”
Tem imensa razão como o Senhor Doutor Miguel Gaspar no seu editorial se encarrega de lhe demonstrar.
Esta sumidade a propósito do concurso que a televisão do Estado faz para encontrar um português assim-assim lembra que:

Para uns, trata-se de um concurso de televisão que não merece atenção. Para outros, é um cenário de pesadelo imaginar que na televisão pública do Portugal democrático o povo possa vir a eleger Salazar como o maior português de sempre. Estou entre os primeiros: não só porque um concurso é um concurso, mas também porque uma votação na Internet é uma votação na Internet: pode ser facilmente manipulada e não é representativa da população.

Ora sabemos que para um jornalista o rigor dos factos nunca é um empecilho para se poder fazer uma boa história e por outro lado já não está na moda o jornalismo de antigamente em que se investigava antes de escrever.
Ele desconhece que a votação neste concurso só pode ser feita através do telefone, sendo que cada número apenas pode votar uma única vez.
Agora pensemos, se num assunto tão insignificante ele escreve sem saber sobre o que fala, o que não acontecerá quando tiver que escrever outro editorial verdadeiramente importante.

Se fosse no tempo do Nobel já tinha sido posto na rua, mas esse também despedia pela cor.

26 Feb 2007

Milagre !!!


E, novamente, eu digo que há mais júbilo no céu pelo pecador que se arrepende do que pelas noventa e nove pessoas justas que não necessitam de arrependimento.

Quem disse isto, foi como todos sabemos, Cristo
E hoje Ele tem novamente razão para estar satisfeito.
Um pecador, um invisual impenitente, foi miraculado e passou a ver de uma vista por enquanto.
E tanto viu que escreveu o que se segue:

Olhando para Angola hoje, acabado o álibi da guerra e sendo já difícil justificar tudo com a herança colonial, fica uma dilacerante dúvida: de quem é a culpa? Da história, feita pela potência colonial; nossa, portugueses anti colonialistas que se recusaram a prolongar contra a vontade dos angolanos a tutela imperial; ou deles, antigos combatentes pela independência? A minha resposta, parecendo fácil, é a mais difícil de todas: foram eles, novos colonos na sua própria terra, que se revelaram uma fraude.

Mas como dizia Cristo, nunca é tarde para aprender e assim este miraculado já consegue ver, após trinta anos de descolonização exemplar que os pretinhos, coitadinhos, estão hoje piores do que quando não eram livres mas tinham a barriga cheia.
Claro que isto não se pode dizer.
Vai contra todos os ensinamentos da religião marxista que nos ensina que os povos oprimidos depois de se libertarem do jugo colonialista e abraçarem a fé comunista são muito felizes, tem muitos pioneiros e nunca, mas mesmo nunca mais voltam a estar em guerra entre si.

A próxima novidade para este miraculado, logo que veja dos dois olhos vai ser Timor.
E quem é ele?
Pois, o famoso Daniel Oliveira na sua crónica no Expresso.
Ámen.

19 Feb 2007

Foda-se meus *



É preciso que fique claro que a mulher não terá de “justificar-se” perante ninguém, nem sequer de “explicar-se”, pois a decisão é apenas sua, assumida ao abrigo da sua autonomia enquanto pessoa humana, autonomia essa que lhe concede um espaço de reserva da sua intimidade, que ela não é obrigada a partilhar com ninguém.

Eduardo Maia Costa
Juiz-conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça


Muito bem, eu não diria pior.
Aliás Sua Excelência o Senhor Doutor Juiz podia também acrescentar como aviso que à mulher se lhe for pedida qualquer taxa moderadora deve também recusá-la.
Uma das grandes bandeiras dos apoiantes do SIM era que a nova lei não ia transformar este acto de eliminar uma vida naquilo que outros (eu incluído, claro) chamávamos de aborto livre, gratuito e até logo senhora doutora tive muito prazer em conhecê-la.

Não senhor, afirmava-se, havia de haver uma pré-consulta, um pré-acompanhamento, assim a modos que um pré-perservativo que tivesse tido uma ligeira rotura.
E depois a futura ex-mãe ia para casa com uns panfletozinhos, uns desdobráveis e como estamos na Oropa, até talvez um número de telefone para se poder aconselhar.
Se mesmo assim a “coisa” tivesse que ser feita, depois havia de haver um aconselhamento, umas aulas de como foder sem engravidar (só teóricas) e mais uns desdobráveis.

Era tudo tão lindo, mas como nos contos de fada, bateu a meia-noite e lá se transformou a linda carruagem em abóbora.

O antes já está ali explicada pela sumidade que escreveu o artigo no Sol e como membro do mais restrito clube que há em Portugal vai fazer lei para o povinho cumprir.

O depois, como tudo o que é socialista será ainda pior.
E de certeza que vai sair do meu bolso, do seu, do de quase todos.
É a vida, perdão é a morte.

* Título tirado daqui

12 Feb 2007

59 = 25


Parabéns Portugal!
Já não temos nada que nos envergonhe em comparação com a Europa ou como diz Frei Louça, entrámos no Século Vinte e Um.
Mas como é nosso costume em vez de um demos logo dois passos.
Agora também já estamos ao nível democrático de um Idi Amin Dada de um Sadam, sei lá daquele fulano da Coreia do Norte que ganham as eleições todas.

E porquê?
Ora porque segundo a Época Diário de Notícias o sim ganhou com 59,5 % que somada às outras votações dá o estonteante número de 158,57% de votantes.
Quem deve estar satisfeito é aquele senhor que é o Ministro dos Dinheiros.
De um momento para o outro mais cinquenta por cento de clientes para o IRS.

Está grávida? Já não está. Parabéns!




Estou muito feliz com os resultados do referendo.
Primeiro que tudo 4.981.015 portugueses acharam maravilhoso irem para os Centros Comerciais passear e olhar as montras, ficar em casa no quentinho ou então aproveitaram para estarem nos centros de dia para a terceira idade a olharem para o lindo futuro que têm.
E disseram ao senhor engenheiro, vai dar uma volta ao bilhar grande pá.
Este grande vulto que nos governa conseguiu ainda o milagre (não sei se esta não está em vias de ser uma palavra proibida) de dividir a sociedade portuguesa rigorosamente ao meio.
Norte contra Sul, urbanos contra rurais.

Apurados os resultados verificou-se que o apoio ao aborto venceu porque as comunas de Lisboa, Barreiro, Évora e Beja responderam presente.
O operário Jerónimo de Sousa e Frei Louçã saltaram de contentes.
Mas estão errados.
Então, vejamos, se nestes sítios as votações foram o que foram é porque as camaradas sentem a necessidade da liberdade de usarem a nova lei.
Logo, vai haver menos nascimentos.
E quem diz menos nascimentos diz menos votantes.
E quais são, digam-me cá, os partidos mais prejudicados.

Portanto, concluindo, dentro de alguns anos têm a lei, mas não têm votantes.
E isto é um facto positivo o que demonstra que Deus escreve direito por linhas tortas.

10 Feb 2007

Uma telenovela da vida real


Por que hoje é dia de reflexão, uma palermice que os senhores governantes mantêm e que vêm do tempo em que não havia Internet, nem, blogs, nem telemóveis, não se deve falar sobre o assunto do referendo.
E eu cumpro.
Vou escrever sobre o lado negro da vida cor-de-rosa.
Bem, é mentira, no fim falo, mas só de raspão e portanto não conta.

Ora então cá vai.

Maria das Dores não gostava de si própria e portanto a primeira coisa que fez foi mudar o nome para Teresa Pereira da Cruz fazer um segundo casamento com um senhor de posses e ingressar no jet-set tornando-se uma socialité.
Lá chegando começou a gastar do dinheiro do senhor e tornou-se amiga de vultos nacionais como, por exemplo o Conde José Castelo Branco.
E como é que conheceu este senhor?
Simples, o mesmo era muito amigo do filho do primeiro casamento o qual sendo homossexual assumido adoptava certos maneirismos de que o segundo marido não gostava e que fazia questão de lembrar.
Entretanto Maria das Dores Teresa Pereira da Cruz teve um acidente de automóvel e perdeu uma mão tornando-se, naturalmente, uma pessoa menos feliz.
E isso leva-a a gastar cada vez mais dinheiro.
O segundo marido começa a não gostar do rumo que a vida levava e prepara-se para se divorciar.
Ah! Já me esquecia, apesar de viverem num condomínio fechado, alugaram uma casa num prédio da António Augusto de Aguiar por uma soma muito considerável (pelo menos para mim).
E foi aí que a Maria resolveu matar o marido.
Contratou um antigo motorista com sotaque brasileiro e combinou – como sofro de claustrofobia, ele sobe no elevador, eu subo pelas escadas, tu estás dentro do apartamento, matas, dás de frosques e eu recebo o seguro e depois fazemos contas.
E assim foi feito.
E para garantir que tudo iria correr bem, enquanto o marido subia no elevador telefonou ao senhor assassino avisando-o e deixando o registo na facturação detalhada.
E depois confessou ao jornal:

“Os inspectores não voltaram a falar comigo, mas acredito e tenho esperança na Polícia portuguesa, uma das melhores do mundo em investigação criminal”.

Pois agora além de esperanças já pode ter certezas.

Duas notas finais.
Conforme se vê a ficção imita a realidade e os autores das telenovelas apenas precisam de ler jornais para inventar histórias.
Sobre o aborto? Claro, que melhor exemplo de que devia ser autorizado (infelizmente só à posteriori é que se sabe da sua utilidade).

História completa aqui

9 Feb 2007

O Referendo




No domingo você vai ter a oportunidade de se colocar em um dos campos.
Que são visceralmente opostos.
De um lado o totalitarismo de esquerda, a arrogância, a morte.
No outro lado aquelas que contra tudo e todos, em condições por vezes bem difíceis, têm os seus filhos que cuidam e amam.
A favor do sim o senhor Ruben de Carvalho escreve assim no DN:

Depois, não quero voltar a ver mulheres com caras tapadas por blusões e xailes a entrar e sair de tribunais. Não quero ver polícias (a propósito, pagos pelos nossos impostos) a prender mulheres. Não quero juízes (pagos pelos nossos impostos) a condená-las. Não quero prisões (pagas pelos nossos impostos) a encarcerá-las.Tão-só: por absoluto imperativo de consciência, voto "sim".

Ora este simpático militante comunista, não sabe mas alguém podia fazer o favor de lhe dizer, que isto que tanta impressão lhe parece fazer, vai continuar a existir se aquele “sim” que ele tão enfaticamente anuncia ganhar.

Claro que não há, nunca houve nem haverá mulheres presas.
Mas a verdade para um comunista não é uma coisa que não possa ser removida.

Veja-se com que elegância escrevi dois aspectos tão importantes.
A coisa removida.
É isto que importa evitar no domingo.

7 Feb 2007

Os artistas do retoque


O Jornal da Madeira transcreve, na íntegra e sem qualquer tratamento editorial, comunicados do Governo regional, como sucedeu na edição de ontem, no qual este critica o Diário de Notícias, do Funchal, seu concorrente, pela "orientação marxista" e por não "cumprir o seu estatuto editorial de independente".

Estas palavras foram escritas por um jornalista.
Do Público.
O seu nome Amílcar Correia
Ora o que temos aqui, é um jornalista que acha que uma nota oficiosa deve ter um “tratamento” deve portanto ser retocada para que o povinho a perceba.
Se ele acha que se deve fazer isto a um comunicado que vem de um órgão do poder o que é que ele não achará que se deve fazer uma notícia que não lhe agrade particularmente?
Mas este homem é cheio de contradições.
Veja-se mais uma frase do seu artigo (lastimo mas é só para assinantes)

Entre Ogun e Pamuk, os turcos optaram pelo primeiro. E o escritor, ameaçado várias vezes após a entrega do Nobel, trocou Istambul por Nova Iorque.

Ora é notável que ele aqui já não veja necessidade de “retocar” a frase para nos dar a perceber porque mistério um fulano acha que a pátria da liberdade se situa nos estados Unidos, esse país de Satã que quer mandar a ferro e fogo em todo o Mundo.
Bem, não deve ter tido tempo para a “maquilhar”.
Fica para a próxima crónica.

6 Feb 2007

Pouca terra, muita massa



Hoje também não vamos escrever sobre o aborto.
Bem, não é verdade, vamos escrever sobre um aborto mas não é de nenhuma criança que uma futura ex-mãe tenha preferido não ter depois de fazer aquilo que normalmente leva aquela situação.
O aborto chama-se Linha do Norte.
Os números vêm no semanário Sol deste fim-de-semana.

A história, que não deve ser contada ás criancinhas, é assim.

Quando o senhor Professor Aníbal ainda só era o primeiro-ministro deste quintal, ou seja em 1991 iniciaram-se as obras de modernização da Linha do Norte com conclusão prevista, reparem bem p-r-e-v-i-s-ta, para 1993 com um valor de 76 milhões de euros e que deveria levar o comboio a ligar Lisboa ao Porto em 2 horas e quinze minutos.
E como havia muito dinheiro e estava tudo a correr bem, compraram logo os Alfas pendulares que iriam aproveitar a magnífica linha em estonteantes velocidades.

E o que é que aconteceu ò crentes?

Pois hoje em 2007 os senhores que mandam nisto tudo já gastaram 1863 milhões, uma singela derrapagem de 2000 %, o tempo de viagem é de 2 horas e cinquenta e cinco minutos, cerca de quarenta minutos melhor do que faziam nos anos sessenta, e as obras estão suspensas, para dar lugar às Novas Obras Para o TGV.

Duas notas finais:

As Novas Obras têm um valor previsto de 4700 milhões de euros e vão terminar (é apenas um prognóstico) em 2015 e isto é publicidade não é para levar a sério.

Sim, nenhum dos gestores que derraparam daquele maneira, foi acusado, nem foi preso e aposto que a maioria foi transferida para As Novas Obras.
As boas mãos devem ser mantidas.

O governo agradece que discutam apaixonadamente outros temas, que este ferve.

5 Feb 2007

Há peão prá bola


Hoje vamos fazer um apontamento muito ligeiro e não vamos dizer nada sobre o aborto.
Deixamos esse assunto aos cronistas da ordem, mas mesmo assim recomendo que leiam o texto que Joana Amaral Dias assassina no DN para melhor perceberem quanta asneira se consegue dizer em tão pouco tempo.

Não hoje o assunto é bola.
E não se pense que lá porque o senhor engenheiro só gosta de correr no meio de homens isto é um assunto menor.
Não é.

Na última jornada do campeonato da Liga Honra onde batalham esforçadamente 16 clubes, sete não marcaram um único golo, oito marcaram um golo por emblema e finalmente o último marcou cinco num jogo em que o árbitro arranjou um penalty (que não entrou) e validou o golo do empate em clara falta, como ele próprio irá verificar hoje no emprego (trabalha no BES, que patrocina a equipa ganhadora) em conversa com os colegas.

Dá portanto a média de 0,8 golo por jogo e se tirarmos aquele jogo fora do contexto daria meio golo por jogo.
Há assistências de um a dois milhares de pessoas, sendo que algumas delas são no lindos estádios de Aveiro e Leiria, que custaram paletes de dinheiro.
E por falar em estádio, o do Algarve que está sempre às moscas vai servir para uma prova do Rally de Portugal.
Foram todos construídos para honra e glória do Euro 2004.
Foi há tanto tempo.
Já ninguém se lembra.